Hyperloop, o transporte do futuro ou mais um experimento sem resultado?
Congestionamentos.
O não tão bom e velho congestionamento. São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Recife, enfim, ele sempre está presente. Em algumas cidades menos, outras mais, fato é que temos um problema sério de trânsito no país.
E não é só no Brasil, várias cidades do mundo passam pelas mesmas dificuldades, sendo um dos grandes problemas que a humanidade precisa resolver!
Até porque congestionamentos não afetam “apenas” nossa saúde mental e produtividade. Afetam nossas vidas, não só com os riscos de acidentes, mas também prejudicando o próprio meio ambiente, que já não está indo muito bem, neh?
Então fica a dúvida: como resolver o problema do trânsito de forma sustentável e financeiramente viável?
Resposta curta: túneis, hyperloops e carros autônomos.
Resposta longa: há muitas alternativas e, também, críticas a essas alternativas, mas estamos avançando.
Neste artigo, vamos focar no Hyperloop, explicando mais sobre o que exatamente é isso, como funciona o sistema e porque tem o potencial de revolucionar o transporte terrestre.
O que é Hyperloop?
Hyperloop é um sistema de transporte terrestre apresentado pela primeira vez em 2012, por Elon Musk. No ano seguinte, em 2013, Musk desenvolveu melhor sua ideia e publicou um artigo explicando em detalhe como funcionaria o transporte e suas especificações.
O transporte consiste basicamente em cápsulas que transitam em grandes tubos embaixo ou acima da terra.
Até aqui nenhuma novidade neh?
Parece muito com o metrô que já estamos cansados de pegar todo dia.
A grande diferença, claro, está nas velocidades. Essas cápsulas podem alcançar velocidades de mais de 1.000 km/h, maior que muitos aviões. Isso permitiria uma viagem de São Paulo a Belo Horizonte, por exemplo, em 35 minutos!
Mas por que não conseguimos atingir essa velocidade com um metrô normal?
Há dois principais fatores que tornam o hyperloop um meio de transporte único:
Como funciona o Hyperloop?
- As cápsulas viajam em tubos com baixa pressão do ar – quase um vácuo – , permitindo menor resistência do ar, para que o veículo alcança altas velocidades
- Levitação magnética ou por “colchões “ ar – tipo em uma mesa de hockey – para reduzir a fricção causada por um trilho, por exemplo, que também prejudica o alcance de altas velocidades
Aqui é importante você entender dois fatores que servem como resistência para que veículos alcancem altas velocidades:
- Resistência do ar: quanto mais rápido estiver, mais interfere no aumento de velocidade. Tirando quase todo ar em um ambiente de baixa pressão, fica mais fácil e econômico alcançar maiores velocidades
- Fricção: nada mais é do que o atrito entre dois objetos. Não é mais fácil arrastar um móvel que tem rodinhas do que aquele que não tem? Isso acontece pelo fato das rodinhas diminuírem bastante a fricção que o móvel tem com o chão.
Para resolver a fricção, Elon Musk propôs “colchões” de ar em seu artigo, por ser uma alternativa mais barata.
Ele também levantou que seria possível resolver o mesmo problema com levitação magnética – que é o caminho que muitas empresas estão seguindo.
E o melhor de tudo é que, além de consumir pouca energia, o sistema é alimentado por painéis solares localizados no topo dos tubos, permitindo um ambiente sustentável!
Para propulsão das cápsulas, Elon Musk propôs um motor de indução linear externo, que funciona por meio de um fluxo magnético entre duas partes (Estator e Rotor), permitindo o movimento linear.
Esse motor é utilizado em carros elétricos da Tesla por exemplo e provou ser eficiente para propulsão.
Quanto custa e mais especificações do projeto
Segundo cálculos de Elon Musk, o custo de um hyperloop para as rotas Los Angeles → Califórnia e San Francisco → Califórnia, com 40 cápsulas, não chegariam a 6 bilhões de dólares (por volta de 30 Bilhões de reais atualmente).
Mesmo assim, muitos acreditam que Elon Musk subestimou o valor e que, na verdade, os custos podem ser BEM maiores (alguns estimam mais de 50 bilhões).
Apesar disso, comparado com outras alternativas rápidas como o trem-bala, o Hyperloop parece sair na frente em custo.
Além disso, temos algumas outras especificações no projeto:
- Chuvas, neblinas e gelo: como as cápsulas viajam em ambientes controlados no interior de tubos, são praticamente imunes a mudanças climáticas. Sabe quando chove muito e o metrô demora “séculos” para chegar? Com Hyperloops não teríamos esse problema
- Preço da passagem: com base nos cálculos de Elon Musk, o valor estimado para cada passagem seria cerca de US$ 20 em percursos como São Francisco-Los Angeles (mas considerando as estimativas de 6 bilhões, que não são muito realistas, considerando alguns projetos já em produção)
Quem está construindo o Hyperloop?
Ao publicar seu artigo com Tesla e SpaceX, Elon Musk tinha a intenção de incentivar outras empresas a implementarem o sistema.
Afinal, os projetos de Elon Musk são tantos que ficaria difícil implementar mais um, do zero!
Portanto, o bilionário não protagoniza os avanços nesse meio de transporte, mas sim empresas como:
- HyperloopTT: já tem parceria com diversas cidades (e seus respectivos governos) para desenvolver o transporte, além de contar com grandes avanços em tubos de teste.
- Virgin Hyperloop: também conta com muitas parcerias e fez o primeiro teste histórico com passageiros em um hyperloop no dia 8 de Novembro de 2020
As companhias ainda tem muitos desafios pela frente, mas a estimativa é que em 2027 tenhamos a primeira operação comercial, pela Virgin Hyperloop!
Achou que Elon Musk ia ficar de fora?
Apesar de não ter uma empresa específica para o desenvolvimento de Hyperloops, Elon Musk tem outra empresa chamada The Boring Company, que investe em alternativas de transporte, como os loops, um sistema de pistas subterrâneas para carros elétricos.
A empresa também já fez eventos competitivos entre universitários para testes com hyperloops, incentivando avanços na tecnologia.
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